É muito comum, ao entrarmos em escritórios de médicos e advogados, encontrarmos uma parede lotada de quadros com certificações e diplomas. Eles estão lá, representam todo o conhecimento que tais profissionais adquiriram durante anos de estudo.
Em junho de 2009, uma classe profissional observou que seus pomposos títulos, subitamente, tornaram-se opacos e empoeirados. Naquele mês, o STF (Superior Tribunal Federal), revogou a exigência do diploma para o exercício do jornalismo, causando discussão e dividindo opiniões entre profissionais (ou não) da área.
Instituído durante o regime militar, o diploma para exercer o jornalismo foi uma forma encontrada para afastar dos periódicos os intelectuais que não tinha formação de jornalista e eram contrários ao regime. Muito antes da obrigatoriedade do “canudo”, as redações de jornais e revistas eram compostas por escritores, filósofos e músicos que faziam as ideias e o talento que tinham com as palavras virar dinheiro com publicações.A lista é imensa: Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Lima Barreto, entre outros.
Entretanto, a notícia caiu como uma bomba no colo de formandos e universitários, principalmente os de faculdade particular. Rodrigo Netto, 26, jornalista, alega que “é complicado pagar quatro anos de faculdade e ver o curso ser desvalorizado”. A opinião de Rodrigo reflete-se na maioria destes estudantes, mas não houve uma mobilização capaz de alterar o quadro.
Para os insatisfeitos, ainda há esperança. A volta da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo foi aprovada recentemente em comissão especial na Câmara dos Deputados. Foi ratificado, em votação simbólica, o parecer do relator Hugo Leal (PSC-RJ) que acompanha uma proposta de emenda constitucional encaminhada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Porém, o projeto ainda precisa passar pela votação em dois turnos na Câmara, caso for aprovado, vai ao Senado, onde há uma emenda parecida à espera de tramitação.
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